A Arte de Pedir Ajuda: Uma Lição que Aprendi com meu Filho

Hoje, observando o Lucas em sua aula de habilidades motoras, tive uma epifania. Há mais de um ano, coloquei ele nessa aula porque me preocupava com seu aparente "atraso" em movimentos simples, como pular obstáculos. O que me surpreendeu foi a velocidade com que ele evoluiu em apenas algumas sessões. Foi então que percebi: o problema nunca esteve no Lucas que "não sabia fazer" — estava em mim, que não sabia como ensinar.

Inicialmente, a culpa me invadiu: "Eu deveria brincar mais com ele, estimular atividades físicas..." Mas logo a voz da razão interveio: como eu poderia ensinar algo que eu mesma não dominava? Buscar ajuda especializada não foi uma falha — foi exatamente o que ele precisava.

A Armadilha da Mãe Perfeita

A revelação que tive hoje, enquanto observava maravilhada sua evolução, é que nós, mães, frequentemente nos cobramos um conhecimento universal impossível. Acreditamos que devemos ser especialistas em tudo que nosso filho precisa, como se a maternidade viesse com um diploma em todas as áreas do conhecimento humano.

Antes do Lucas nascer eu só tinha formação em Direito e trabalhava na diretoria de um hotel. Sabe quanto eu havia estudado sobre sono infantil? Absolutamente nada. Minha única "especialização" no assunto era meu próprio apreço por dormir até tarde sempre que possível.

Quando o Orgulho Custa Noites de Sono

Mesmo assim, quando o Lucas começou a ter problemas para dormir, assumi que deveria resolver sozinha. Comecei pelos posts no Instagram, avancei para cursos online, mas resistia à ideia de contratar uma consultoria de sono. "É caro demais", pensava. "Sou inteligente o suficiente para aplicar essas informações sozinha."

Essa teimosia custou mais de um ano de noites mal dormidas. Hoje, olhando para trás, percebo como o investimento em uma consultoria teria sido insignificante comparado ao desgaste das noites insones, ao cansaço acumulado e ao agravamento da minha depressão pós-parto. Talvez tenha sido justamente a exaustão que me impediu de tomar a melhor decisão.

A Libertação de Reconhecer Limites

A ficha que caiu hoje foi libertadora: senti culpa porque acreditava que precisava saber tudo, inclusive ensinar habilidades motoras ao Lucas. Mas como eu poderia? Sempre fui descoordenada e, por autopreservação, evitei atividades físicas que envolvessem correr, pular ou jogar bola. Não trabalho com educação física e nem quero.

Ainda assim, como mãe, achava que pedir ajuda era sinônimo de fracasso. Que eu deveria dar conta sozinha. Hoje percebo que contratar a aula para ele foi a decisão mais acertada. A alternativa seria eu me tornar uma pessoa perfeita, onisciente e didática — um objetivo claramente inatingível. O único ser perfeito e onisciente é Deus.

O Poder do Direcionamento Especializado

Hoje, as coisas são diferentes, não só me formei em Sono e Comportamento Infantil e fiz minha transição de carreira há 5 anos, como faço duas mentorias profissionais que me ajudam a ver o caminho mais rápido de chegar no meu objetivo. Aprendi que, com o direcionamento correto de quem realmente entende do assunto, os resultados são incomparavelmente melhores e mais rápidos. Economizamos tempo, energia e sofrimento quando reconhecemos nossos limites e buscamos especialistas.

E você? Também caiu na armadilha de tentar ser perfeita na maternidade, ou consegue buscar ajuda especializada quando necessário?

Você e seu filho estão sofrendo com problemas de sono?

Se você se identificou com essa história e tem um filho que enfrenta dificuldades para dormir, não cometa o mesmo erro que eu. Não perca meses (ou anos) de noites bem dormidas tentando resolver sozinha algo que especialistas já dominam.

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